O Kompetenz-Kompetenz, isto é, dar aos árbitros o poder de decidir qualquer questão relativa à jurisdição ou à efetividade de qualquer convenção de arbitragem, normalmente implica quatro categorias de questões jurisdicionais: (i) se existe um acordo válido para se submeter à arbitragem; (ii) se o escopo da convenção de arbitragem abrange a disputa; (iii) se o árbitro tem determinados poderes; e (iv) a questão da arbitrabilidade, isto é, se a disputa é arbitrável. Tendo em vista que o Kompetenz-Kompetenz deriva não de um tratado, mas de leis nacionais e de regras institucionais, a sua aplicação e implementação depende de cada país. Os países têm adotado soluções distintas para a questão do tempo, isto é, se o juiz poderia rever a decisão do árbitro no começo da arbitragem, a qualquer momento ou depois que a sentença arbitral é proferida. O princípio do Kompetenz-Kompetenz tem uma função dupla. O efeito positivo, que permite aos árbitros decidir sobre sua própria jurisdição, é amplamente reconhecido pelas leis nacionais e convenções internacionais, assim como pelas instituições arbitrais. E o efeito negativo, que permite aos árbitros proferir uma decisão sobre sua competência antes de qualquer decisão judicial, limitando o papel do Poder Judiciário para rever a sentença arbitral.