O princípio básico em arbitragem comercial internacional é que os árbitros são livres para organizar o procedimento conforme julgarem conveniente, a menos que as partes tenham estipulado de maneira diversa. No entanto, esta abordagem não pode ignorar a diferença entre as culturas jurídicas, uma vez que cada cultura tem um papel relevante nas expectativas de cada participante no procedimento arbitral. As origens de tais expectativas são as leis processuais nacionais, que são tradicionalmente divididas em common law e civil law. O common law tem uma abordagem na condução do procedimento arbitral diferente da abordagem do civil law, entre outros aspectos, no campo da produção de provas. Enquanto os árbitros de common law esperam pelo disclosure de documentos entre as partes desde o princípio, os árbitros de civil law estão acostumados a que as partes envidem seus melhores esforços para provar seus pedidos com seus próprios documentos. Este tipo de diferença é crítica em casos onde partes e advogados de common law encontram seus ex-adversos de civil law. Nesses casos, árbitros internacionais não podem simplesmente afastar suas origens; na realidade eles têm que reconhecê-las e transpor as lacunas existentes entre as culturas jurídicas. Esse esforço requer um conhecimento razoável das características básicas da produção de provas em ambas as tradições jurídicas, e também uma abordagem inovadora para promover eficiência num cenário de constantes mudanças culturais. Consequentemente, o desenvolvimento da arbitragem comercial internacional está conectado com a inclusão de novas culturas no nível processual.